Escolher? Porque escolher?
Desde muito tempo, as pessoas possuem a idéia do grupo, das mesmas formas de viver, da “compatibilidade” entre elas. E assim elas se relacionam: sempre fazendo as mesmas coisas, falando o que sempre falam, numa rotina incansável. Viver desse modo é mais fácil, pois uma anestesia social é necessária para o descompromisso com a reflexão. “ É tão legal eu ser igual ao meu amigo, a gente nunca discorda dos padrões de comportamento! “ Quase a população inteira pensa assim , pois a idéia do idêntico parece ser mais formidável e soa melhor. E é dessa forma que o comportamento “padrão” é passado de pai para filho, e desse jeito todos vão saindo iguais, com os mesmos valores nas mentes.
Hoje, para você primeiramente ser considerada uma pessoa legal, precisa se vestir bem, ter o carro do ano, ter o celular mais caro e ter um “bom papo”, que é o mesmo, sempre. Na cabeça do homem moderno não existe valor nenhum, pois ele é o tal, pode tudo, é respeitado por todos, mas na verdade é uma vítima, um escravo do modo de vida padrão da sociedade, e vivendo assim é mais confortável do que pensar, se questionar sobre o que realmente o torna uma pessoa legal. É mais um que optou ou foi forçado a optar por ser literalmente mais um robô. Todos sabem que se formos nos voltar para o nosso interior com certeza teremos que encarar nossos problemas de frente, dar de cara com nossas maiores dores e questionamentos. E ninguém quer ter trabalho em ouvir a si próprio. Ninguém está interessado em seguir sua personalidade, seu verdadeiro jeito de ser, e sim o que o torna mais perceptível ao olhar das outras pessoas, porque são elas que têm que definir como você precisa se comportar.
Um exemplo muito comum do modelo de vida são os grupinhos. Os Emos ( Emotional Hardcore ) acham que o mundo é cruel, que a vida só lhes traz tristeza, e que o amor os torna um zumbi, ao ponto de arrancar a alma do seu corpo. Eles são completamente iguais: se vestem de preto, geralmente usam piercings e tatuagens, deixam a franja jogada na testa adoram rock romântico. Muitos dos emos podem até ter sonhos de estudarem em outro país, por exemplo, mas como “ o mundo é cruel “, eles vão sofrer muito, então desistem do sonho. Muitos são depressivos ao ponto de só chorarem sem parar. Eles andam em bando, um é como um irmão pro outro, e cada um vai afogando o motivo do seu sofrimento, sem procurar sair daquela esfera sombria, sem se dar uma chance de melhorar. E escolha deles é continuar ali.
Porém, entre os que escolhem seguir seu jeito de ser e os que ficam no modelo da sociedade, estão os que não possuem escolha, e que pela pressão dos amigos e da família acabam ficam doentes: os esquizofrênicos. Para eles a situação é bem pior, pois não têm a capacidade de discernir tanta informação como os outros, chegando até uma hora que seus neurônios saltam de um lugar para o outro, e daí ele passa a ouvir vozes, a sentir seu corpo sendo tocado, passa a ver vultos que querem atacá-lo, e com isso ficam paranóicos, precisando de um bom tratamento psicológico.
Logo, com base em todos esses casos, eu escolho seguir minha personalidade, ser do jeito que eu sou, não me limitando ao modo de vida que os outros tentam impor. Eu escolho esse caminho porque é uma libertação pra mim, porque eu quero dizer o que me vem a cabeça, quero demonstrar minha opinião sobre as situações do mundo, e quero viver feliz. Não quero ser mais um largado ao modelo. E também não escolho ser diferente para ser notado, até porque eu faço isso por mim mesmo, e não para os outros. Sou muito criticado por ser Hinduísta, mas eu nunca vou largar a doutrina que me dá uma base para eu saber conviver com os meus questionamentos e que me traz conforto espiritual apenas para ser legal aos olhos dos outros. Tanto é que eu tenho poucos amigos, mas disso eu não me importo porque mesmo assim eles são os melhores, e nós nos damos muito bem sendo diferentes. Eu nunca vou ser do jeito que os outros são, pois isso é surreal. Cada um possui uma personalidade, que deve ser respeitada e compreendida.
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